Os
Dez Mandamentos do Senhor
Introdução
Para entender a Lei,
precisamos nos lembrar de que Deus já fizera uma aliança eterna com os judeus
por intermédio de Abraão, o pai deles (Gn 15). Ele promoteu-lhes suas bênçãos e
deu-lhes a possessão da terra de Canaã. Mais tarde, “acrescentou-se” a Lei Mosaica
à aliança abraâmica, mas isso não a anula (Gl 3.13-18). A lei entrou lado a
lado com a aliança anterior de Deus (Rm 5.20), contudo era uma medida
provisória de Deus (Gl 3.19). O Senhor deu a Lei apenas a Israel para mostrar
que eles eram o povo escolhido de Deus e sua nação santa (Êx 19.4-6).
Para
que Deus deu a Lei a Israel?
Deus não deu a Lei para
salvar as pessoas, pois é impossível ser salvo por guardar a Lei (Gl 3.11; Rm
3.20). Ele deu a Lei a Israel pelas seguintes razões:
1.
Revelar sua glória e santidade (Dt 5.22-28)
2.
Revelar a pecaminosidade do homem (Rm 7.7,13;
1 Tm 1.9; Tg 1.22-25)
3.
Marcar Israel como seu povo escolhido e para
separá-lo das outras nações (Sl 147.19-20; Ef 2.11-17; At 15).
4.
Dar a Israel um padrão do viver piedoso a fim
de que pudessem habitar a terra e desfrutar das bênçãos dela (Dt 4.1; 5.29; Jz
2.19-21)
5.
Preparar Israel para a vinda de Cristo (Gl
3.24)
6.
Ilustrar o tipo e a cerimônia da pessoa e da
obra de Cristo (Hb. 8 – 10)
A
Lei é comparada.
Compara-se a Lei a um
espelho, porque ela revela nossos pecados (Tg.1.22-25); a um jugo, porque traz
servidão (At 15.10; Gl 5.1; Rm 8.3); a um aio, porque prepara Israel para a
vinda de Cristo (Gl 3.23 – 4.7); a letras escritas em tábuas de pedra (2 Co 3),
em contraste com a lei do amor escrita em nosso coração pelo Espírito, e a uma
sombra, em contrate à realidade e à realização que temos em Cristo (Hb 10.1; Cl
2.14-17).
Esses mandamentos foram
posteriormente gravados nos dois lados de duas tábuas de pedra, “escritas pelo
dedo de Deus”. “As tábuas tinham sido feitas por Deus; o que nelas estava
gravado fora escrito por Deus”. Elas foram conservadas durante séculos na arca
da aliança. Julga-se que podem ter sido destruídas por ocasião da destruição de
Jerusalém pelos babilônios.
Os
Dez Mandamentos formavam a base da Lei dos hebreus.
Quatro deles dizem respeito
à nossa atitude para com Deus; os seis outros, à nossa atitude para com o
próximo. Jesus reduziu todos os dez em dois: “ame o Senhor, o seu Deus, de todo
o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento” e “Ame o seu
próximo com a si mesmo”.
No princípio, Deus
pronunciou as palavras que deram origem à vida. Agora Deus pronuncia as
palavras que orientam o viver. Este resumo e ponto culminante do pacto ou da
aliança de Deus com seu povo estabelece uma norma ética básica que se aplica a
todos os povos de todos os tempos (já que estas são as instruções do
“fabricante”, ou seja, do criador). As primeiras três palavras dizem respeito
ao relacionamento do povo com Deus, e as sete restantes, ao relacionamento das
pessoas entre si. Como Jesus disse, os mandamentos se resumem a amar a Deus e
ao nosso próximo (Mt 22.37-40).
Os
Dez Mandamentos:
20.2 –
Eu sou o Senhor, teu Deus. Primeiro, o grande Rei se identificou ao dizer o
próprio nome (Êx. 3. 14,15). Então, Deus lembrou aos israelitas a graciosa ação
em seu favor (capítulo 12 a 15), por meio da afirmação que tirei da terra do
Egito. Nos antigos tratados, um monarca descrevia a história das relações entre
seu reino e aqueles com quem estava tratando. Neste pacto entre o Senhor e os
israelitas, Deus relatou a execução da grande libertação que tirou o povo do
cruel cativeiro.
20.3 –
Não terás outros deuses (Primeiro). O Senhor não deveria ser visto por Israel
como um deus qualquer entre os outros, e nem como o melhor deles. Ele era e é o
único Deus vivo. Ele, somente Ele, deveria ser adorado, obedecido e louvado
pelos israelitas.
20.4 –
Não farás para ti imagem de escultura (Segundo). As pessoas no mundo antigo
costumavam esculpir ou moldar imagens de muitos ídolos. O povo de Israel foi
proibido de fazer tal coisa desde o início. Os israelitas não podiam produzir
nada que diminuísse ou prejudicasse a exclusiva adoração ao Deus vivo.
20.7 –
Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão. O terceiro mandamento diz
respeito à santidade do nome divino.
20.8 – O
quarto mandamento, lembra-te do dia do sábado, era o símbolo especial da
aliança com Israel no monte Sinai. Com este mandamento, Deus diferiu os
israelitas de seus vizinhos. Outros povos possuíam seus próprios padrões de
trabalho e ociosidade, mas Israel foi instruído há reservar um dia entre sete.
20.12 –
(Quinto) Honrar a teu pai e a tua mãe, o termo honrar significa tratar com
importância. O cuidado com os pais era um elemento básico da responsabilidade
em sociedade e da divina misericórdia para com Israel. Neste versículo, tal
princípio está ligado diretamente a como a pessoa viveria na terra. Os
indivíduos infiéis a Deus que desrespeitavam seus pais não teriam vida longa na
Terra Prometida.
20.13 – O
sexto, o sétimo, o oitavo e o nono mandamentos foram moldados para construir
uma sociedade única na antiga Israel. Cada um foi baseado nos valores que Deus
pôs sobre os seres humanos (sua vida, seus relacionamentos, sua propriedade e
sua reputação). Todos esses parâmetros foram reafirmados no Novo Testamento.
O sexto mandamento, não
matarás, não proibiu todos os tipos de execução. A própria Lei permitia que
fosse tirada a vida como punição por alguns crimes (Êx 21.15-17,23), assim como
no caso de guerra (Êx 17.8-16). O assassinato intencional de outra pessoa (fora
a legítima concessão de pena de morte ou guerra) violava flagrantemente a
santidade da vida. Isso incluía as mortes praticadas por oficiais de estado
(Leia a história de Nabote em 1 Rs 21).
A primeira execução
registrada na Bíblia foi o assassinato de Abel por Caim (Gn 4.8-14).
Entretanto, a morte de Jesus, baseada em falsas acusações e julgamento ilegal,
foi a mais terrível execução de todos os tempos.
20.14 – O
sétimo mandamento é relativo ao adultério. Deus considerava a santidade do
matrimônio como uma responsabilidade sagrada similar à santidade da vida
(v.13), pois o relacionamento no contexto conjugal é um símbolo de fidelidade.
20.15 – O
oitavo mandamento proíbe o roubo, protegendo o direito de propriedade.
20.16 – O
nono mandamento proíbe levantar falso testemunho. Neste sentido, protege a
reputação das pessoas contra a calúnia. Ele também estabelece uma base concreta
para o antigo sistema israelita de justiça. De acordo com as antigas leis de
Israel, uma pessoa era considerada culpada ou inocente com base na declaração
de uma testemunha fidedigna (Dt 17.6). O falso testemunho arruinava
gradativamente a justiça.
20.17 - (Décimo)
Não cobiçar significa possuir enorme desejo por. Cobiçar não era apenas
apreciar algo à distância, e sim possuir uma vontade incontrolável, excessiva e
egoísta de apodera-se do bem de outrem. O décimo mandamento aborda uma
disposição interior: o pecado também ocorre no pensamento. Isso demonstra que
Deus queria que os israelitas não só evitassem praticar as ações malignas
previamente estabelecidas em sua mente, como também descartassem todos os
pensamentos perversos que levavam às atitudes de cobiça.
Conclusão
Os mandamentos demonstram a
preocupação de Deus com todos os aspectos da vida humana. Deus estabelece os
padrões para os relacionamentos familiares, impõe respeito pela vida humana, o
sexo, a propriedade, a palavra e o pensamento. Escritas em tábuas de pedra,
preservadas na arca da aliança, essas dez “palavras” constituíram a base da lei
de Israel.
Referência Bibliográfica: Ensinador Cristão, Lições Bíblicas da Escola Dominical,
Bíblia Pentecostal, Aplicação Pessoal, NVI, DAKE e NTLH, Glow, Examinem as
escrituras – J. Sidlow Baxter; Comentários Bíblicos, Coleção Ensino Teológico,
Manual Bíblico: SBB e Halley, Todos os personagens da Bíblia de A - Z, História
dos Hebreus, Pequena Enciclopédia Bíblica e Dicionário Bíblico: Wycliffe e J. D. Douglas, entre outros.
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