segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Os Dez Mandamentos do Senhor

Introdução
Para entender a Lei, precisamos nos lembrar de que Deus já fizera uma aliança eterna com os judeus por intermédio de Abraão, o pai deles (Gn 15). Ele promoteu-lhes suas bênçãos e deu-lhes a possessão da terra de Canaã. Mais tarde, “acrescentou-se” a Lei Mosaica à aliança abraâmica, mas isso não a anula (Gl 3.13-18). A lei entrou lado a lado com a aliança anterior de Deus (Rm 5.20), contudo era uma medida provisória de Deus (Gl 3.19). O Senhor deu a Lei apenas a Israel para mostrar que eles eram o povo escolhido de Deus e sua nação santa (Êx 19.4-6).

Para que Deus deu a Lei a Israel?
Deus não deu a Lei para salvar as pessoas, pois é impossível ser salvo por guardar a Lei (Gl 3.11; Rm 3.20). Ele deu a Lei a Israel pelas seguintes razões:
1.    Revelar sua glória e santidade (Dt 5.22-28)
2.    Revelar a pecaminosidade do homem (Rm 7.7,13; 1 Tm 1.9; Tg 1.22-25)
3.    Marcar Israel como seu povo escolhido e para separá-lo das outras nações (Sl 147.19-20; Ef 2.11-17; At 15).
4.    Dar a Israel um padrão do viver piedoso a fim de que pudessem habitar a terra e desfrutar das bênçãos dela (Dt 4.1; 5.29; Jz 2.19-21)
5.    Preparar Israel para a vinda de Cristo (Gl 3.24)
6.    Ilustrar o tipo e a cerimônia da pessoa e da obra de Cristo (Hb. 8 – 10)

A Lei é comparada.
Compara-se a Lei a um espelho, porque ela revela nossos pecados (Tg.1.22-25); a um jugo, porque traz servidão (At 15.10; Gl 5.1; Rm 8.3); a um aio, porque prepara Israel para a vinda de Cristo (Gl 3.23 – 4.7); a letras escritas em tábuas de pedra (2 Co 3), em contraste com a lei do amor escrita em nosso coração pelo Espírito, e a uma sombra, em contrate à realidade e à realização que temos em Cristo (Hb 10.1; Cl 2.14-17).
Esses mandamentos foram posteriormente gravados nos dois lados de duas tábuas de pedra, “escritas pelo dedo de Deus”. “As tábuas tinham sido feitas por Deus; o que nelas estava gravado fora escrito por Deus”. Elas foram conservadas durante séculos na arca da aliança. Julga-se que podem ter sido destruídas por ocasião da destruição de Jerusalém pelos babilônios.

Os Dez Mandamentos formavam a base da Lei dos hebreus.
Quatro deles dizem respeito à nossa atitude para com Deus; os seis outros, à nossa atitude para com o próximo. Jesus reduziu todos os dez em dois: “ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento” e “Ame o seu próximo com a si mesmo”.
No princípio, Deus pronunciou as palavras que deram origem à vida. Agora Deus pronuncia as palavras que orientam o viver. Este resumo e ponto culminante do pacto ou da aliança de Deus com seu povo estabelece uma norma ética básica que se aplica a todos os povos de todos os tempos (já que estas são as instruções do “fabricante”, ou seja, do criador). As primeiras três palavras dizem respeito ao relacionamento do povo com Deus, e as sete restantes, ao relacionamento das pessoas entre si. Como Jesus disse, os mandamentos se resumem a amar a Deus e ao nosso próximo (Mt 22.37-40).

Os Dez Mandamentos:
20.2 – Eu sou o Senhor, teu Deus. Primeiro, o grande Rei se identificou ao dizer o próprio nome (Êx. 3. 14,15). Então, Deus lembrou aos israelitas a graciosa ação em seu favor (capítulo 12 a 15), por meio da afirmação que tirei da terra do Egito. Nos antigos tratados, um monarca descrevia a história das relações entre seu reino e aqueles com quem estava tratando. Neste pacto entre o Senhor e os israelitas, Deus relatou a execução da grande libertação que tirou o povo do cruel cativeiro.
20.3 – Não terás outros deuses (Primeiro). O Senhor não deveria ser visto por Israel como um deus qualquer entre os outros, e nem como o melhor deles. Ele era e é o único Deus vivo. Ele, somente Ele, deveria ser adorado, obedecido e louvado pelos israelitas.
20.4 – Não farás para ti imagem de escultura (Segundo). As pessoas no mundo antigo costumavam esculpir ou moldar imagens de muitos ídolos. O povo de Israel foi proibido de fazer tal coisa desde o início. Os israelitas não podiam produzir nada que diminuísse ou prejudicasse a exclusiva adoração ao Deus vivo.
20.7 – Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão. O terceiro mandamento diz respeito à santidade do nome divino.
20.8 – O quarto mandamento, lembra-te do dia do sábado, era o símbolo especial da aliança com Israel no monte Sinai. Com este mandamento, Deus diferiu os israelitas de seus vizinhos. Outros povos possuíam seus próprios padrões de trabalho e ociosidade, mas Israel foi instruído há reservar um dia entre sete.
20.12 – (Quinto) Honrar a teu pai e a tua mãe, o termo honrar significa tratar com importância. O cuidado com os pais era um elemento básico da responsabilidade em sociedade e da divina misericórdia para com Israel. Neste versículo, tal princípio está ligado diretamente a como a pessoa viveria na terra. Os indivíduos infiéis a Deus que desrespeitavam seus pais não teriam vida longa na Terra Prometida.
20.13 – O sexto, o sétimo, o oitavo e o nono mandamentos foram moldados para construir uma sociedade única na antiga Israel. Cada um foi baseado nos valores que Deus pôs sobre os seres humanos (sua vida, seus relacionamentos, sua propriedade e sua reputação). Todos esses parâmetros foram reafirmados no Novo Testamento.
O sexto mandamento, não matarás, não proibiu todos os tipos de execução. A própria Lei permitia que fosse tirada a vida como punição por alguns crimes (Êx 21.15-17,23), assim como no caso de guerra (Êx 17.8-16). O assassinato intencional de outra pessoa (fora a legítima concessão de pena de morte ou guerra) violava flagrantemente a santidade da vida. Isso incluía as mortes praticadas por oficiais de estado (Leia a história de Nabote em 1 Rs 21).
A primeira execução registrada na Bíblia foi o assassinato de Abel por Caim (Gn 4.8-14). Entretanto, a morte de Jesus, baseada em falsas acusações e julgamento ilegal, foi a mais terrível execução de todos os tempos.
20.14 – O sétimo mandamento é relativo ao adultério. Deus considerava a santidade do matrimônio como uma responsabilidade sagrada similar à santidade da vida (v.13), pois o relacionamento no contexto conjugal é um símbolo de fidelidade.
20.15 – O oitavo mandamento proíbe o roubo, protegendo o direito de propriedade.
20.16 – O nono mandamento proíbe levantar falso testemunho. Neste sentido, protege a reputação das pessoas contra a calúnia. Ele também estabelece uma base concreta para o antigo sistema israelita de justiça. De acordo com as antigas leis de Israel, uma pessoa era considerada culpada ou inocente com base na declaração de uma testemunha fidedigna (Dt 17.6). O falso testemunho arruinava gradativamente a justiça.
20.17 - (Décimo) Não cobiçar significa possuir enorme desejo por. Cobiçar não era apenas apreciar algo à distância, e sim possuir uma vontade incontrolável, excessiva e egoísta de apodera-se do bem de outrem. O décimo mandamento aborda uma disposição interior: o pecado também ocorre no pensamento. Isso demonstra que Deus queria que os israelitas não só evitassem praticar as ações malignas previamente estabelecidas em sua mente, como também descartassem todos os pensamentos perversos que levavam às atitudes de cobiça.

Conclusão
Os mandamentos demonstram a preocupação de Deus com todos os aspectos da vida humana. Deus estabelece os padrões para os relacionamentos familiares, impõe respeito pela vida humana, o sexo, a propriedade, a palavra e o pensamento. Escritas em tábuas de pedra, preservadas na arca da aliança, essas dez “palavras” constituíram a base da lei de Israel.

Referência Bibliográfica: Ensinador Cristão, Lições Bíblicas da Escola Dominical, Bíblia Pentecostal, Aplicação Pessoal, NVI, DAKE e NTLH, Glow, Examinem as escrituras – J. Sidlow Baxter; Comentários Bíblicos, Coleção Ensino Teológico, Manual Bíblico: SBB e Halley, Todos os personagens da Bíblia de A - Z, História dos Hebreus, Pequena Enciclopédia Bíblica e Dicionário Bíblico: Wycliffe e J. D. Douglas, entre outros.
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domingo, 2 de fevereiro de 2014

A peregrinação de Israel no Deserto Até o Sinai

Introdução
Depois de três meses de jornada, chegou o povo de Israel ao monte Sinai. O nome Sinai, noutras partes também chamado Horeb, significa “monte de Deus” ou “monte de Jeová” Êx. 3.1. Deus manifestou-se ao seu povo, por meio de Moisés. Êx. 19.3. Deu ao Seu povo uma legislação, que, ainda hoje, serve como padrão para todas as leis em todos os países.
Quem subiu no monte de Deus? Só Moisés, porque só ele foi chamado por Deus. O Senhor tem sempre os Seus, em quem possa confiar. Na epístola aos Hebreus, lemos que Moisés, como servo, foi fiel, em toda casa de Deus. Heb. 3.5.

Qual foi a primeira palavra que Deus deu ao Seu povo, por meio de Moisés? Lembrou-lhe do que tinha feito no Egito. Êx. 19.4. Mandou que o povo ouvisse a Sua voz. Êx. 19.5 e que guardasse os seus mandamentos. Êx. 19.5. Deu-lhe, também, a promessa de ser o Seu rei. Isso foi para Israel como que a introdução dos benditos 10 mandamentos.

O deserto em miniatura
Êxodo 15.22-25 nos apresenta o deserto em miniatura. Durante quarenta anos o povo hebreu passou por ciclo de eventos ilustrado nesses poucos versículos.

Em primeiro lugar está o ciclo da abundância,
No qual o povo de Deus olha para o alto. Deus prova ser abundantemente fiel, e eles o contemplam em louvor. Essa é a primeira parte do capítulo 15, em que Israel canta louvores e grita: “Ele nos fez atravessar o mar Vermelho!” Eles estão olhando para o alto.

Em segundo lugar vem à expectativa.
 Quando o povo de Deus desfruta da abundância contínua. A guarda onda após de bênçãos. Tenho a certeza de que quando Israel deixou o mar Vermelho e seguiu para o deserto, o povo esperava contínua abundância e milagres que mantivesse confortável, seguro e satisfeito. Estavam viajando no trem da glória para Canaã e ninguém imaginava que ele fosse frear ao longo do caminho. Olhavam para frente, esperando abundância.

Isso nos leva ao terceiro passo no ciclo, desapontamento.
Aqui, o povo de Deus olha para baixo. Sinta o desapontamento descrito no versículo 22:
Aí Moisés levou o povo de Israel do mar Vermelho (abundância) para o deserto de Sur (expectativa; aguardavam passar por outra experiência semelhante à do mar Vermelho). Eles caminharam três dias no deserto e não acharam água (desapontamento).Os israelitas começaram a olhar para baixo e não encontraram água. Eles fixaram os olhos nas circunstâncias. Até a água que finalmente localizaram era amarga e impotável. “Por isso chamou-se-lhe Mara” (v.23). Isso piorou a situação. Os hebreus acabaram achando água, mas ela era desagradável e amarga ao paladar. Por mais que tentassem, não conseguiram bebê-la. Era como morrer de sede no meio do oceano, tendo em volta apenas água salgada a qual não se podia beber. A frustração deles os desapontou.

Esse desapontamento leva ao quarto passo, reclamação.
O versículo 24 nos diz “E o povo murmurou”. Presos nas garras do arrependimento mesclado com ressentimento, eles olharam para trás. Quando você se queixa e reclama como filho de Deus, geralmente é porque está relembrando dias melhores do passado.

Isso nos faz chegar ao quinto passo, provisão,
Que é denominado graça. Compreenda que você não merece; mas, quando nos queixamos e reclamamos, Deus intervém para nos dar aquilo de que precisamos. Foi o que aconteceu ao povo de Israel. Eles olharam em volta e, subitamente, Deus interferiu e bondosamente satisfez a necessidade deles. “Então Moisés, em voz alta, pediu socorro ao Deus Eterno, e o Eterno lhe mostrou um pedaço de madeira. Moisés jogou a madeira na água, e a água ficou boa de beber. Foi nesse lugar que o Deus Eterno deu leis aos israelitas e os pós à prova. (v.25).

No capítulo dezenove de Êxodo,
 Tem início à sobra do monte Sinai, no lugar onde os filhos de Israel se reuniram diante do Senhor. Mas antes de o povo poder encontrar-se com Deus, antes de Moisés subir essa montanha para ouvir e receber a revelação de Deus, Israel precisava ser adequadamente preparado. Uma parte significativa da preparação estava ligada ao lugar onde se reuniram: “No terceiro mês da saída dos filhos de Israel da terra do Egito, no primeiro dia desse mês, vieram ao deserto do Sinai. Tendo partido de Refidim, vieram ao deserto do Sinai, no qual se acamparam; ali, pois, se acampou Israel em frente do monte” (VV 1-2).

Uma foto da zona mais ao sul da cadeia montanhosa do Sinai tem a seguinte legenda “Os picos de granito altaneiros, na extremidade sul da península do Sinai, parecem formar um dedo gigantesco de Deus proclamando: ‘Aqui!  Aqui! As cores das montanhas nessa parte do Sinai, em constante mudança, cada vez mais intensas, dão a essa região indescritivelmente bela uma aura de santidade, e pode-se até acreditar que foi aqui que Deus apareceu a Moisés”.

“Os eruditos de Israel que exploraram a península no breve período da ocupação de Israel sentiram a atmosfera de santidade que impregnava as montanhas do Sinai, e acreditaram que foi nessa região que os israelitas acamparam quando a Lei foi entregue”.  

Como imaginar a majestade de tal lugar?
É uma cadeia maciça de montanhas escarpadas, formadas de granito sólido, na cor cinza, variando até o vermelho-escuro, a escuridão da noite e o silêncio do espaço. Foi ali, contudo, com a tinta ainda úmida em seus documentos oficias, que Israel levantou suas tendas. O Sinai era um ponto importante no plano de Deus. Os Israelitas se reuniram como povo, cerca de dois milhões de homens, para ouvir a voz de Deus à sombra desses enormes picos que elevavam a não menos que oito mil pés, como um dedo gigantesco erguido para o céu.

Conclusão
Deus, não corre a presença de alguém, nem devemos nos apresentar impensadamente diante dele. Não há espaço para uma atitude negligente ao entrar em contato e comunicar-se com Deus vivo. Devemos preparar-nos para isso. Os israelitas certamente precisavam adotar esse conceito. Lembre-se que eles haviam resmungado e murmurado durante a viagem pelo deserto até esse ponto.

Referência Bibliográfica: Ensinador Cristão, Lições Bíblicas da Escola Dominical, Bíblia Pentecostal, Aplicação Pessoal, NVI, DAKE e NTLH, Glow, Examinem as escrituras – J. Sidlow Baxter; Comentários Bíblicos, S. Heróis da fé, Coleção Ensino Teológico, Manual Bíblico: SBB e Halley, Todos os personagens da Bíblia de A - Z, História dos Hebreus, Pequena Enciclopédia Bíblica e Dicionário Bíblico: Wycliffe e J. D. Douglas, entre outros.

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