sábado, 7 de abril de 2012

Lição 4 - 2º Trimestre 2012 ESMIRNA, A IGREJA CONFESSANTE E MÁRTIR. 22 de Abril de 2012


LEITURA BÍBLICA:
Apocalipse 2.8-11
Ao anjo da igreja de Esmirna escreva o seguinte: Esta é a mensagem daquele que é o Primeiro e o Último, que morreu e tornou a viver. Eu sei o que vocês estão sofrendo. Sei que são pobres, mas, de fato, são ricos. Sei como aqueles que afirmam que são judeus, mas não são, falam mal de vocês. Eles são um grupo que pertence a Satanás. Não tenham medo do que vocês vão sofrer. Escutem! O Diabo vai pôr na prisão alguns de vocês para que sejam provados e sofram durante dez dias. Sejam fiéis, mesmo que tenham de morrer; e, como prêmio da vitória, eu lhes darei a vida. Portanto, se vocês têm ouvidos para ouvir, então ouçam o que o Espírito de Deus diz às igrejas. “Aqueles que conseguirem a vitória não sofrerão o castigo da segunda morte”.

INTRODUÇÃO
A Esmirna, a igreja sofredora, Cristo não transmite por João nenhuma palavra de crítica, mas só de consolo amoroso. A igreja de Esmirna era composta de pobres, não podendo se comparar em nada à igreja de Éfeso, quanto ao número de membros ou seu prestígio. Eram pobres, porém ricos (v.9). Por outras palavras, sua pregação fiel do evangelho atraiu contra eles muita perseguição e tribulação. Seguiu-se, por isso, a pobreza material. Jesus lhes dá a certeza de que grandes riquezas estão armazenadas para eles no céu. De modo surpreendente, a igreja em Esmirna cresceu e floresceu durante esse período de perseguição horrenda. Esse “bom fruto” é evidência nítida de que Deus estava presente e atuante nas boas obras deles.

1. ESMIRNA, UMA IGREJA MÁRTIR.
Esmirna era um porto importante no litoral oeste da Ásia Menor, com um ancoradouro bem protegido, e o terminal natural de uma grande rota comercial que subia para o interior pelo vale do rio Hermo. Era rival de Éfeso e se orgulhava de ser a cidade natal do grande poeta grego Homero, autor da Ilíada e da Odisseia.

Esmirna fora destruída pelos lídios em 627 a.C., e durante três séculos era pouco mais que uma aldeia. Foi fundada de novo em meados do século iv a.C. e rapidamente se tornou a cidade principal da Ásia.

Um perigo em comum, a agressão por parte de Antíoco Magno da Síria, dera origem à união entre Roma e Esmirna no fim do século III a. C. em 26 a.C., Esmirna apelou a esse tratado quando enviou uma petição a Tibério, no sentido de a comunidade ter permissão para edificar um templo da Ásia em homenagem ao imperador (o primeiro tinha sido construído em Pérgamo).

Esmirna era famosa pela ciência, pela medicina e pela majestade de seus edifícios. Apolônio de Tiana se refere à sua “coroa de pórticos”, um círculo de belos prédios públicos que coroavam o cume do monte Pago como diadema; daí a referência de João à coroa em Apocalipse 2.10. Policarpo, o bispo de Esmirna martirizado em 155 d.C., foi discípulo de João.

Assemelhando-se às demais cidades da época e da região, Esmirna era um centro pagão, vivendo em torno da adoração a Cibele, que era a padroeira local e era crida como esposa do deus Saturno e mãe dos deuses Júpiter e Plutão. Concomitantemente, ali eram adoradores Ceres, a deusa da fertilidade, Héros, o deus do amor sexual e por motivo da conquista romana, infalivelmente, também era adorado o Imperador.

Em face de tal idolatria pagã, percebe-se facilmente que o puro cristianismo primitivo, encontrou ali um ambiente que lhe era inteiramente adverso; portanto, tinha que ser alvo de grande oposição da parte daqueles que praticavam a imoralidade em geral, com base nos diversos cultos pagãos dominantes.

Esmirna hoje esta cidade se chama Izmir, e é um movimentado porto na costa oeste da Turquia. As mais importantes ruínas que remontam ao período romano são as do fórum (a praça principal da cidade). Foi em Esmirna que o já idoso bispo Policarpo, por volta de 155 d.C, acabou sendo martirizado.

A pequena igreja de Esmirna era materialmente pobre, mas rica em tudo que realmente importa. As palavras de Jesus para essa igreja eram apenas de incentivo, ou seja, não há nenhuma crítica. Ele pôs um limite precioso ao sofrimento deles e lhes reservou o dom da vida. Eles não serão condenados no juízo.

E possível que sendo Esmirna uma das onze cidades constituintes da Iônia na época da introdução do Evangelho na Europa, quando ela estava incorporada à Província Romana da Ásia, o Evangelho haja chegado ali como consequência do ministério de Paulo em Éfeso, At 19.10, em sua terceira viagem missionária. Elas eram cidades vizinhas, não distando mais de 40 milhas uma da outra e ligadas entre si pela grande e importante estrada comercial romana.

Atualmente, quase não há cristianismo em Esmirna, posto que a maioria absoluta da população, em cerca 99%, é constituída de muçulmanos e o restante é dividido entre cristãos, judeus e outros. Normalmente, o cristianismo ali, como em toda a Turquia, é praticado a portas fechadas, porque a liberdade religiosa, para quem não é muçulmano, só existe na letra da Constituição, e é legalmente proibida a evangelização e a catequese religiosa entre os muçulmanos, de toda e qualquer maneira.

2. APRESENTAÇÃO DO MISSIVISTA.
No conjunto das sete, Esmirna é a primeira que não sofre nenhuma repreensão e sim recebe estímulo a se manter fiel até à morte, mesmo no fragor da “tribulação de dez dias” que lhe sobreviria, Ap 2.8-11. Aliás, há quem interprete “dez dias” como sendo dez períodos de tribulação, ocorridos e patrocinados pelo Império Romano de parceria com os fanáticos pagãos, de braços dados com os judeus farisaicos da dispersão, que se opunham ao cristianismo em todos os lugares do Império.

Na carta redigida a esta igreja, Jesus se apresenta como o fundamento ideal, inamovível: “Eu sou o primeiro e o ultimo”, Ap. 2.8. Sobre este fundamento insubstituível, por ser inigualável, os fiéis da igreja em Esmirna estavam edificando o edifício de sua fé cristã, 1 Cor 3.10, motivo por que nada tinham a temer no presente nem quanto ao futuro, porque Ele é o eterno vencedor, Rm 1.4, cuja promessa de assistência é inviolável, Jo 16.33, e só vencerão aqueles que permanecerem e forem achados nele, Ap 17.14.

Aqui temos a razão de ser da exortação à fidelidade: “Sê fiel até A morte”, Ap 2.10. Sim, porque é relativamente fácil ser fiel quando tudo está pacífico e bonançoso; mas, quando se tem que suportar uma “tribulação de dez dias”, a situação muda de figura... e é aqui que Jesus requer dos seus servos “que cada um deles seja achado fiel”, 1 cor 4.1,2. Daí ser necessária a fidelidade, porque só provamos que “ nos temos tornado participantes de Cristo, se fato guardamos firmes até o fim a confiança que desde o princípio tivemos”, Hb 3.12-14, a saber, quando perseverarmos firmes até à morte física.

3. AS CONDIÇÕES DA IGREJA EM ESMIRNA.
Observe como cada descrição de Cristo volta ao retrato de 1.13-16 e refere-se a uma necessidade especial da igreja específica. Cristo lembra a igreja de Esmirna de seu sofrimento, morte e ressurreição porque ela é perseguida (2.8). Esmirna significa “amargo” e relaciona-se com a palavra “mirra”. A pessoa pensa no aroma liberado por causa da pesada perseguição. A igreja sempre é mais pura e aromática quando passa por períodos de sofrimento.

Cristo não critica essa igreja. Os santos eram fiéis, apesar do sofrimento. Eles pensavam ser pobres, mas eram ricos, em contraste com a laodicense, que pensava ser rica e era pobre (3.17). Os falsos cristãos (da “sinagoga de Satanás; Jo 8.44; Fp 3.2) blasfemavam (caluniavam) os santos. Satanás está por trás de toda perseguição, mesmo a realizada em nome da religião. Cristo avisa-os de que terão mais perseguição pela frente; talvez os “dez dias” (v.10) refiram-se às dez grandes perseguições que a igreja sofreu nos séculos iniciais de sua existência. Satanás vem como leão e tenta devorar (1 Pe 5.8), mas a perseguição apenas fortalece a igreja.

O inimigo matará o corpo, porém os santos não precisam temer a segunda morte, que é o inferno (20.14; 21.8). Os que nasceram duas vezes morrerão apenas uma vez. Aqueles que nasceram apenas uma vez morrerão duas vezes.

Há quem afirme que foi na “tribulação de dez dias”, aludida nesta carta, movida à igreja pelo império Romano, instigado pelo fanatismo pagão e pelo farisaísmo judeus, que morreu em Esmirna o piedoso Policarpo, pastor da igreja ali, de quem se diz que o Asiarca que presidia o julgamento ofereceu-lhe clemência, que ele rejeitou heroicamente.

Diz a história que ele tinha então 86 anos de idade, e mesmo assim havia deslocado de Esmirna a Roma, a fim de dirimir uma questão existente entre a igreja oriental e ocidental, no tocante à celebração da Ceia do Senhor. Ao regressar dessa viagem, estava sendo celebrada em Esmirna a temporada de jogos esportivos, que sempre se revestia de feição religiosa. Então, tais jogos estavam sendo assistidos pelo proconsul Statius Quadratus e presididos pelo Asiarca Filipe de Tralles, quando, por causa de sua fidelidade a Cristo, morreram martirizados muitos membros das igrejas de Filadélfia e Esmirna, entre os quais Policarpo.

Era a tradição local, quando celebravam esse festival, os súditos do Império serem levados a proferir um voto de fidelidade idólatra a Roma, na pessoa do Imperador, declarando: “Somente César é senhor”, que em linguagem direta significava somente César é deus. E claro que os cristãos se negavam a fazer tal afirmação, porque ela implicava em adoração a César. Aqueles que se negavam a fazer tal afirmativa eram declarados ateus. E provável que a colônia judaica local se prestasse a fazer tal afirmativa, à luz do que está escrito em Jo 19.14,15, onde se diz que os judeus da época declaram “Não temos rei senão César”. Fazendo tal declaração, eles hipocritamente, iam passando despercebidos aos pagãos e às autoridades do Império; porem, aos cristãos, era impossível fazer do mesmo modo.

Dizem os historiadores que a multidão pagã, desvairada pelo fanatismo, clamara: “Fora os ateus!” “Procuremos a Policarpo e o julgaremos!” Diz à história que ele neste mesmo dia estava num povoado fora de Esmirna, onde o foram buscar. Ao ser apresentado ao tribunal, vendo-o o Asiarca, em sua ancianidade justa e piedosa, foi movido de compaixão, convidou-o a declarar fidelidade a César que seria indultado, o que ele recusou. Novamente dirigiu-se a ele o Asiarca suplicando-lhe: “Nega a Cristo e te libertaremos”. Ao que ele respondeu: Há 86 anos que O sirvo, Ele nunca me foi infiel em nada, como O hei de negar? Jamais negarei a meu Salvador!” Então a multidão enfurecida exclamou: “Lança-o às feras!” Mas, o Asiarca compadecido e admirado da firmeza e convicções do velho pastor, recursou-se lança-lo às feras, e deu por encerrada aquela seção de julgamento. Porém, no dia seguinte, mesmo sem ser sentenciado oficialmente, a turba endiabrada o levou à fogueira; e diz a história que ele com passos firmes e resolutos entrou na fogueira e deste modo rendeu seu espírito justo e fiel ao seu amado Jesus, deixando-nos assim um exemplo de fidelidade a toda prova, fazendo com que seu pequeno rebanho se compenetrasse do valor daquele estímulo do Salvador: “Sê fiel até à morte e dar-te-ei a coroa da vida” .

A carta à igreja em Esmirna apresenta um interessante paradoxo relativo àquela igreja: ela era pobre, cremos, à semelhança de Jesus e seus apóstolos, 2Cor. 6.10; 8.9, que nos enriqueceram com o exemplo de sua fé inabalável, Tg 2.5, mediante a riqueza das boas obras, frutos dessa fé positiva, 1Tm 6.18 e da esperança revigorada pelo poder do Espírito Santo, Rm 15.13. Portanto, mesmo pobre, ela era rica! Ap 2.9.

Deste modo, em contraposição à perecível “coroa de Esmirna”, 1 Cor 9.24-27, os vencedores espirituais não sofrerão o “dano da segunda morte” Ap 20.11-15, ao contrário, portarão a incorruptível “coroa da vida”, Ap. 2.10.

CONCLUSÃO
Cremos que a igreja em Esmirna representa a Igreja Universal no período do ano 60 ao III Século a.D. e por extensão, representa também a Igreja em todos os tempos de crise e perseguições que envolvem martírio e , portanto, requer uma firmeza na fé, semelhante à do velho Pastor Policarpo e daqueles que a sua semelhança selaram a fé com o próprio sangue.

Os cristãos em Esmirna foram alvo da artilharia pesada do diabo nas prisões: tentados, intensamente perseguidos, atribulados, vítimas do ódio e da fúria do inimigo.

Pesquisado e Elaborado: Ev. José Augusto de França Junior (Conhecido: Ev.Junior França)
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Referência Bibliográfica: Ensinador Cristão, Lições Bíblicas da Escola Dominical, Bíblia Pentecostal, Aplicação Pessoal, NVI, DAKE e NTLH, Glow, Examinem as escrituras – J. Sidlow Baxter; Comentários Bíblicos, Manual Bíblico: SBB e Halley, Todos os personagens da Bíblia de A - Z, História dos Hebreus, Pequena Enciclopédia Bíblica e Dicionário Bíblico: Wycliffe e J. D. Douglas, entre outros.



Um comentário:

  1. A PAZ DO SENHOR JESUS

    AMADO IRMÃO QUE MARAVILHA DE POSTAGEM, QUE DEUS CONTINUE ABENÇOANDO A SUA VIDA, E QUE ESTE BLOG SEJA UMA FERRAMENTA PARA SALVAÇÃO DE VIDAS.

    ATENCIOSAMENTE

    WALLACE

    BLOG bibliaapalavradedeus.blogspot.com.br

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