domingo, 15 de abril de 2012

Lição 5 - 2º Trimestre 2012 PÉRGAMO, A IGREJA CASADA COM O MUNDO. 29 de Abril de 2012


LEITURA BÍBLICA:
Apocalipse 2.12-17
Ao anjo da igreja de Pérgamo escreva o seguinte: Esta é a mensagem daquele que tem a espada afiada dos dois lados. Eu sei que vocês moram aí onde está o trono de Satanás. Vocês são fiéis e não abandonaram a fé que têm em mim, até mesmo quando Antipas, minha testemunha fiel, foi morto aí em Pérgamo, onde Satanás mora. Mas tenho algumas coisas contra vocês: há entre vocês alguns que seguem o ensinamento de Balaão, que mostrou a Balaque como fazer com que o povo de Israel pecasse, dizendo que os israelitas deviam comer alimentos oferecidos aos ídolos e cometer imoralidades. Assim também estão entre vocês alguns que seguem os ensinamentos dos nicolaítas. Arrependam-se! Se não, eu logo irei até aí e, com a espada que sai da minha boca, lutarei contra essa gente. Portanto, se vocês Têm ouvidos para ouvir, então ouçam o que o Espírito de Deus diz às igrejas. Aos que conseguirem a vitória eu darei do maná escondido. E a cada um deles darei uma pedra branca, na qual está escrito um nome novo que ninguém conhece a não ser quem o recebe.

INTRODUÇÃO
A igreja de Pérgamo era fiel ao nome de Cristo até o ponto do martírio (v.13), mas tolerava os falsos mestres – provavelmente do mesmo tipo que atuava em Éfeso. Parece, entretanto, que enquanto em Éfeso os pastores, resistiram solidamente aos falsos mestres, em Pérgamo os pastores, sem pessoalmente sustentar falsos ensinos, toleravam em suas fileiras que os aceitavam. Os falsos ensinos proclamavam o direito de os cristãos participarem das imoralidades pagãs. O Senhor, embora elogiasse a igreja pela fidelidade ao nome, não deixou de se apresentar como “aquele que tem a espada afiada de dois gumes”. Seria melhor os membros se precaverem – o Senhor não se agrada da igreja que tolera a licenciosidade.

1. PÉRGAMO, O TRONO DE SATANÁS.
A semelhança doutras cidades antigas da região, a fundação de Pérgamo está infectada de lendas, motivo por que se torna difícil alguém estabelecer datas e outras circunstâncias interessantes a seu respeito. Sabe-se, porém, com certeza histórica, que ela existia em evidência desde quatrocentos anos a.C. e perdurou outros quatrocentos anos depois de Cristo.

Era localizada no reino da Mísia, três milhas ao norte do rio Caicos e vinte milhares distantes do mar Egeu. Era a mais importante cidade da Mísia, devendo ter em seus tempos áureos uma população de cerca de cento e sessenta mil habitantes que, à semelhança dos residentes nas cidades vizinhas, viviam entregues à mais vil idolatria pagã, e ao mesmo tempo brilhavam na prática das artes, das letras e da medicina da época.

Há uma lenda que afirma que no VII século a.C., após Alexandre, o Grande, seu general Lisímaco usou Pérgamo como fortaleza, e ali confiou a guarda dum tesouro de 90.000 talentos do valor monetário da época a um general denominado Filetairos, que logo após a morte de Lisímaco autoproclamou-se governador da cidade, tornando Pérgamo a capital de seu reino, em 283 a.C.

A histórica sucessão dos governadores do reino de Pérgamo apresenta a seguinte ordem: Filetairos governou nos anos 283-263 a.C., Êumenes I, nos anos 263-241 a.C., Atalos I, nos anos 241-197 a.C., Êumenes II, nos anos 197-160 a.C., Atalos II, nos anos 160-139 a.C. e Atalos III, nos anos 139-133 a.C.

Havia uma política de boa vizinhança entre o reino de Pérgamo e o Império Romano; e, antes de sua morte, ocorrida em 133 a.C., Atalos III transferiu seus domínios ao poder do império Romano, que reduziu Pérgamo a uma das cidades de sua Província da Ásia; porém, foi nesta época de sua história que a cidade experimentou o seu período áureo.

Afirmam alguns historiadores que o sistema e o uso de pergaminhos para a escrita, originou-se em Pérgamo, de quem herdou o nome. Ignoramos ser isto verdadeiro; sabemos, porém, que o pergaminho de peles de animais foi aperfeiçoado de tal modo, a ser a melhor produção de gênero, razão pela qual, afirmam os historiadores, o rei Êumenes II organizou em Pérgamo uma famosa biblioteca, que chegou a catalogar duzentos mil famosos volumes em sua época. Essa biblioteca, após cair Pérgamo em poder dos romanos, foi doada por Antônio, no ano 133 a.C., à sua amante Cleópatra, rainha do Egito, que fez transportar para Alexandria e ali foi destruída por ordem do Califa Omar, em 640 A.D.

O paganismo dominava inteiramente a cidade de Pérgamo, em torno a adoração de Athenas Polias, que era a deusa da guerra; a Zeus, considerado o salvador do mundo; a Baco, o deus do vinho, que ali tinha o apelido de Dionísio; a Hera, a mulher de Zeus, que era a deusa do casamento, e a Esculápio, o deus da medicina.

Com o advento do domínio romano, veio a introdução da adoração ao Imperador, havendo ali, ainda hoje, as ruínas do templo em homenagem a Trajano, somando assim ao paganismo aborígene, mais este rito importado de Roma.

A medicina em Pérgamo tornou-se notável nos tempos áureos da cidade, sendo ali erigido com o nome de Asclépion, um dos maiores e mais famosos hospitais da época, que atraía à cidade muitas pessoas, entre as quais grandes vultos da política, como o próprio César romano.

O tratamento terapêutico no Asclépion era feito à base da fisioterapia, ervas medicinais reconhecidas, massagens, sedativo mediante o uso da música, exercícios físicos e também várias superstições, entre as quais os choques nervosos, que, na falta da eletricidade, eram usadas duas serpentes postas em frente uma a outra, localizadas num túnel chamado sagrado, em posições, entre as quais o enfermo era levado a passar sem saber da presença das serpentes; e, ao vê-los, dava-se o choque através de susto... Não sendo médico, ignoramos o valor de tal prática com efeitos terapêuticos! Julguem-na as autoridades hodiernas.

De qualquer forma, era tão grande a eficiência do tratamento terapêutico feito no Asclépion, que sua diretoria mandou esculpir sobre o portão principal de entrada, a seguinte lenda: “EM NOME DOS DEUSES, A MORTE NÃO PODE ENTRAR AQUI”. Isto evidencia duas coisas 1) A confiança que tinham nos meios empregados no tratamento de seus clientes; e 2) A superstição idolátrica ali reinante, que lhes dava a crer que toda a sua eficiência era fruto do poder dos deuses.

O símbolo ou emblema do Asclépion, era uma taça com um laço de fitas ladeado por dois ramos de oliveira e duas serpentes. Devido o Apocalipse denominar o Diabo de “velha serpente”, Ap. 12.9, cremos, como inferência a Gn 3.1-5, 13-15, e como creu também alguns teólogos, que as frases “trono de Satanás” e “onde Satanás habita”, constantes da carta dirigida a esta igreja, Ap 2.19, referem-se a este símbolo; porém, cremos que o “mundo inteiro jaz no maligno”, 1 Jo 5.19, que ele é o dominador deste mundo de trevas, Ef 6.12; Jo 14.30, motivos por que também cremos que estas frases se referem mais precisamente a toda a abjeto de idolatria ali praticada, que roubava a glória somente a Deus, atribuindo-a a ídolos e a homens, Is 42.8, coisa que sempre foi o mais ardente desejo de Satanás, Ez 28.12-16; Is 14.12-15; Lc 4.5-7.

Cremos que o cristianismo chegou a Pérgamo como fruto do ministério de Paulo em Éfeso, At 19.10, em sua terceira viagem missionária; e que aquelas tão propagadas falsas doutrinas de Balão e dos nicolaítas, chegaram ali de modo tão insinuantes, a se inocularem na vida daquela igreja cristã primitiva.

2. A ESPADA DE DOIS GUMES.
Pérgamo era considerada como a sede do poder do mal, porque, no culto imperial o poder dado por Deus pertencente ao estado havia sido empregado na adoração blasfema de um homem. A adoração do imperador fora transformada na pedra de toque da lealdade cívica, pelo que o crente fiel, ainda que leal em extremo à autoridade secular do estado era estigmatizado de traidor.

Jesus se apresenta a esta igreja portando a espada de dois gumes, Ap 2.12, simbolizando a autoridade. O duplo gume significa a autoridade absoluta em todas as direções, Mt 28.18, em contraposição à idolatria ambiente e os desvios doutrinários que era apenas coisas aparentes e destituídas de autoridade ou poder, Ef 6.17; Hb 4.12; Jr 23.28; 2Tm 2.15.

A igreja em Pérgamo estava infestada de homens de mente corrompida, que faziam o que podiam para corromper tanto a fé como os costumes da igreja; e Cristo, estando determinado a lutar contra eles pela espada da sua palavra, assume o título daquele que tem a aguda espada de dois fios. 1) A palavra de Deus é uma espada; é uma arma tanto defensiva quanto ofensiva, isto é, na mão de Deus, capaz de destruir tanto o pecado quanto o pecador. 2) E uma espada afiada. Nenhum coração é tão duro que não possa ser ferido por ela, nenhum nó está amarrado tão firmemente que ela não possa cortar; consegue separar alma e espírito, isto é, alma daqueles hábitos pecaminosos que por costume se tornaram mais uma alma, ou parecem essenciais a ela. 3) E uma espada de dois fios; ela se volta e corta nos dois sentidos. Existe o fio da lei contra os transgressores dessa dispensação, e o fio do evangelho contra os desdenhadores dessa dispensação; há um fio que faz uma ferida e há um fio que abre uma ferida de pústula para a sua cura. Não há como escapar do fio dessa espada: se você se volta para a direita, ela tem um fio desse lado; se você se volta para a esquerda, você cai sobre o fio da espada desse lado; ela se volta para todos os lados.

3. O DESTINATÁRIO.
A igreja em Pérgamo é exortada ao arrependimento, em razão do lugar que dera em seu seio às heréticas doutrinas de Balaão e dos nicolaítas. Há, porém, uma tríplice promessa para esta igreja, desde que ela, aceitando, se curvasse à condição do arrependimento de suas más obras: 1) Ser alimentada do maná escondido; 2) Receber uma pedrinha branca; e 3) Ter um novo nome. Desde que o maná descrito em Êx 16.33-34, era um tipo de Cristo, que é o verdadeiro pão do céu, Jo 6.47-68, os fiéis vencedores se alimentarão dele por toda a eternidade.

Dizem alguns Teólogos que a “pedrinha branca” alude a uma antiga prática judicial da época de João: quando o Juiz condenava a alguém, dava-lhe uma pedrinha preta, com o termo da sentença nela descrito; e, quando impronunciava alguém, dava-lhe uma pedrinha branca, com o termo da justificação nela inscrito. Quanto ao novo nome, cremos aludir ao costume judaico, que sempre significava mudança para melhor, Gn 17.5.

Cremos que a igreja em Pérgamo representa a Igreja Universal no período compreendido pelos séculos IV ao VI a.D., com as inovações e desvios da sã doutrina de que foi vítima, em razão dos falsos doutrinadores daquela época.

Com respeito a quem foi Antipas, de acordo com Ap 2.13, ele foi um dos milhões de fiéis mártires cristãos, que à semelhança de Paulo, não tiveram suas vidas por preciosas, contanto que cumprissem a missão de que estavam incumbidos por Deus, At 20.22-24, selando assim, com o próprio sangue, a preciosa fé que tinham em Deus. Muitos desses mártires, verdadeiros heróis da fé, estão incluídos na galeria dos anônimos entre os homens, porém seus nomes estão constando do livro da vida do cordeiro, Lc 10.20; Ap 13.8.

De Antipas, porém, sabemos através do livro antigo intitulado “Atos de Antipas”, haver ele sido pastor da igreja em Pérgamo, cujo martírio foi simplesmente desumano no sentido amplo do termo: meteram-no na barriga dum touro de bronze com plena vida e saúde e colocaram aquele touro no fogo até enrubrecer; e, deste modo atroz, ele, fiel até à morte, foi juntar-se aos milhões que aguardam o dia da ressurreição para serem glorificados com a igreja triunfante, Hb 11.39-40.

4. AS HERESIAS DE PÉRGAMO.
Balaão foi um profeta mercenário que levou o povo de Israel ao pecado em troca de riquezas e de prestígio. Ele encorajou Israel a adorar ídolos pagãos e incentiva a prostituição. A igreja de Pérgamo casara-se com o mundo a fim de conseguir vantagens mundanas.

Os ensinos de Balaão (v.14) Em Números 25, lemos como os israelitas se entregaram à imoralidade sexual com as mulheres moabitas, e Números 31.16 declara que isso foi resultado do conselho dado por Balaão aos moabitas. Por isso, em Pérgamo, os devotos das práticas pagãs, que tinham se infiltrado nas fileiras dos cristãos e que os aconselhavam a participar dos vícios sexuais do culto pagão, eram cognominados com o nome de Balaão. Segundo parece, tinham um número impressionante de seguidores.

Os nicolaítas estavam dentro da igreja primitiva, procurando planta no meio da igreja o paganismo, a fim de permitir que os cristãos participassem sem embaraço em algumas das atividades sociais e religiosas da sociedade íntima na qual se encontrava. E possível que o termo “nicolaítas” seja uma forma helenizada do termo hebraico Balaão, sendo assim, uma alegoria; nesse caso a orientação da seita seria semelhante à do corruptor de Israel. Nesse caso os nicolaítas devem ser identificados com grupos atacados por Pedro (2 Pe 2.15), Judas (11) e João (Ap 2.14 e, possivelmente, 2.20-23), por advogarem no seio da igreja a frouxidão dos pagãos. Referências nos escritos de Irineu, Clemente e Tertuliano, sugerem que o grupo se cristalizou numa seita de gnósticos que pode ser acompanhada até o ano 200 d.C.

Há quem afirme que a doutrina de Balaão, Ap. 2.14, favorecia o incesto e o jugo desigual, 2 Co 6.14-18; Num 25, e que a doutrina dos nicolaítas, a mais disto, ensinava a licitude das práticas condenadas pelo primeiro Concílio Cristão realizado em Jerusalém, considerando natural e portanto inofensivo e lícito o comer coisas sacrificadas aos ídolos e a fornicação, por ser o sexo uma coisa criada pelo próprio Deus e, portanto, inteiramente despedido de maldade e o seu uso em geral, Gn 2.18; 1Co 10.19-21; At 15.23-29.

CONCLUSÃO
Os crentes em Pérgamo estavam envolvidos com festividades pagãs, nas quais eles comiam alimentos sacrificados aos ídolos e cometiam imoralidade sexual (Ap 2.14). A promessa de Jesus, então, é destinada aos que se recusavam a aceitar tais convites e a participar dessas festas. Para esses, haveria um banquete melhor no céu.

O maná escondido também sugere uma comunhão especial com Jesus. Aos vencedores é prometido o alimento sobrenatural na condição ressurreta para capacitá-los efetivamente à função de corregentes no Reino de Cristo.


Pesquisado e Elaborado: Ev. José Augusto de França Junior (Conhecido: Ev.Junior França)
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Referência Bibliográfica: Ensinador Cristão, Lições Bíblicas da Escola Dominical, Bíblia Pentecostal, Aplicação Pessoal, NVI, DAKE e NTLH, Glow, Examinem as escrituras – J. Sidlow Baxter; Comentários Bíblicos, Manual Bíblico: SBB e Halley, Todos os personagens da Bíblia de A - Z, História dos Hebreus, Pequena Enciclopédia Bíblica e Dicionário Bíblico: Wycliffe e J. D. Douglas, entre outros.

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